domingo, 26 de junho de 2011

O Mau de Todo Homem

Pra quê mentir
Querer enganar o coração
Dizer que você
Não é mais minha
E que foi tudo em vão

É o mau de todo homem
Querer tirar da cabeça
O que não sai do coração

Pra quê esquecer
Se todo porre vai lembrar
Que meu lugar é com você
E eu já nem consigo negar

É a mais pura ilusão
A ilusão do homem
Que quer tirar da cabeça
O que não sai do coração

Virei um peixe fora d'agua
Que já não nada no teu mar
É que perdi o rumo
E não sei como voltar
Então vou deixar o tempo passar
Mesmo que seja em vão

Porque eu já aprendi
Não adianta tirar da cabeça
O que não sai do coração

A Rainha Dos Corações

Você é a rainha
De todos que te querem
E o teu amor
É como comida pros miseráveis
Mas eu já me dei por satisfeito
As coisas já não me causam, assim
Tanto efeito

Rainha das ilusões
Dona dos corações
Os homens vão lutar por você
Como lutam os leões

É porque eles não sabem
Que a tua riqueza
É feita de pedras falsas
Que não valem nada
E que no fim
Você só vai dar risada

Vossa Majestade
Eu conheço tua verdade
Mas vou guarda-la comigo
Os homens que descubram
Todo teu perigo

Minha Majestade
Eu te peço perdão
Mas vou viver minha liberdade
Não serei mais o espelho
Que reflete toda tua vaidade
Por mais que você diga que não

É que não sou como aqueles
Que te amam às cegas
Que acreditam nas tuas promessas
E pedem um pedaço do teu coração
Como um mendigo
Mendigam um pedaço de pão

Minha Majestade
Eu te peço perdão
Mas teu reinado virou pó
É que houve uma revolução
No meu coração
E ele agora se governa só

É que agora
Eu quero ser um Rei também
Vou procurar o castelo de alguém
Onde eu possa ser o centro das atenções
Mas juro que vou tentar
Não partir tantos corações

sábado, 18 de junho de 2011

Ynara

Cansei de mergulhar
Nesse poço ...
De saudade ...
Mas não consigo evitar
A lembrança do teu rosto
Eu juro, é verdade

Porque o vento
Trás a lembrança
Que me serve de consolo
Mas não leva a esperança
De um dia te ver de novo

Eu sei que a distancia existe
Eu sei, às vezes, isso me faz triste
Mas é como um jardim
Com mil flores
Você foi pra mim
Como nunca será pra mais de mil amores

Eu sei que tanto tempo se passou
Mas nem deu pra perceber
E em mim pouco mudou
Porque me esqueci de te esquecer

E nem o tempo conseguiu apagar
Aquela velha saudade
Que não me deixa esquecer
E também não consigo negar
Minha ansiedade
Pra te ver ...

Como um poeta
Cheio de inspiração
Nas suas dores
Eu fui pra você
O que nunca fui em outros mil amores

Eu sei, foi diferente
O que existiu entre nós dois
Mas a culpa é do destino
Se ficamos pra depois

Como um amor que se separa
Foi um dia
O meu amor com Ynara
E nem todos os santos da bahia
Te dariam tanta alegria

E nada nem ninguém
Vai conseguir deixar isso pra lá
Nem Iemanjá ou Oxalá
Padres ou Pastores
Vão te dar uma história tão linda
Que você não teria nem em mil amores

sábado, 11 de junho de 2011

Sem Rumo

Andando sozinho pela cidade
Andando sem rumo
Por todos os cantos da cidade
Sem um real no bolso
Mas paro e falo com todos
Ganho beijos e abraços
Doses e cigarros
Dou risada, converso
Conto e ouço histórias, relembro
E por onde passo
Vejo pessoas felizes e tristes
Pessoas bebadas, rindo ou chorando
Com saudade de um amor perdido
Ou de um amor distante
Ou chorando por uma saudade
Que eles nem sabem de quê
Eu, por exemplo
Já ri, já sofri
Já amei, já chorei
Já me arrependi
Por partir ou deixar partir
Já morri de saudade
Já fingi, já iludi
Porque o amor é assim
Um voo sem destino
Que parte do paraiso
Com escala no inferno
E vai voando até cair
Com mil corações dentro
Já aprendi com o amor
Já aprendi com a dor
Hoje sou feliz
Vivendo minha anomia

E assim continuo
Por todos os becos da cidade
Porque em todo canto tem alguém
Em todo canto eu conheço alguém
Paro, converso, mas não sigo ninguém

Já embriagado
Continuo andando
Até ficar cansado
Paro, sento e converso com a lua
Linda e nua
A princesa das madrugadas frias
Sempre só, mesmo com o infinito
De estrelas ao lado
Como eu..
E o falso e roubado brilho da lua
É igual o brilho que eu vi no olho de alguém
Que parece que nasceu para roubar corações
E não ser de ninguém, e ser de todos também

E continuo sentado
Paro e reparo no mundo
Carros e pessoas pra lá e pra cá
Pra mim parecem todas sem rumo
Como eu
Como os senho que perco pelas esquinas
Mas sem deixar pegadas
Pra ninguém poder me seguir
Porque ninguém pode me seguir
Porque nem eu sei pra onde devo ir

Talvez, eu continue aqui por muito tempo
Andando sem tudo pela cidade
Vivendo histórias, deixando saudade
Saudade nua e crua
Sem pelô, sem arranhão
Talvez vire uma estrela
E vou viver com a lua
Vagando sem rumo
Pela imensidão